Wake up

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Mais uma vez ele percebe que está de lado. Sente que está no meio de um jogo, e ele detesta esse tipo de jogo. Acha que para esse prêmio não existe disputa. Fica sentado na cama pensando sobre o que fez ou deixou de fazer para aquilo dar certo. Suas dúvidas se transformam em emoções que não lhe cabem e, sem querer, elas lhe escapam pelos cantos dos olhos. Tudo que lhe vem à mente é uma mistura de culpa e decepção.

Mas o destino, aquele com os olhos cerrados e cenho franzido que sempre lhe aponta o dedo indicador exclamando sua inexorável existência, desta vez deixou que a reflexão tentasse organizar suas idéias. Tudo o que ele precisava agora era recolher pedaços do passado, mesmo aqueles não tão distantes na linha do tempo, coloca-los contra a luz para reparar as imperfeições, analiza-los com minuciosidade como se procurasse a falha que o destino permitiu que visse.

Então...

Wake up!

Coloca a mão no rosto incorfomado lembrando do passado e das culpas que ele atribuiu a si. Fala consigo para que tudo fique mais claro e não haja dúvidas sobre o descoberto. Tudo agora é claro. É lógico. Suas dores secaram e saíram daquele lugar que não sabemos onde fica, como se o destino recolhesse o indicador e, com compaixão e orgulho de ter sido deixado de lado, retira com sua mão aquilo que causava desconforto. A razão pareceu amigavel desta vez.

Ele percebeu que tudo que estava fazendo estava correto. Errado estava a sensação de não se sentir parte daquilo. Como um pneu reserva. Sabemos que os pneus foram feitos para estarem pesos à roda e servindo de sustentação ao carro, e não parado dentro de um compartimento esquecido. Só se lembram do pneu reserva quando algo acontece e, rapidamente, o colocam no lugar devido, deixando-o pleno de sua existencia. Até que arrumem tudo que estava errado e lhe jogam denovo escondido em um lugar que não atrapalhe. Ele sentia-se assim. Mas a razão trouxe uma luz que iluminou a face boa, não franzida, do destino.

Ele finalmente sabia o que estava feito. Sabia, mais do que nunca soube, o que queria. Sabia, na medida do possível, quem ele era. Lembrou-se do que gostava de fazer e do que fizessem a ele. Percebeu que sofria por algo que não tinha. As cartas estavam bem colocadas e de face à vista para que não houvesse dúvidas por parte de ninguém. Ele havia feito tudo que lhe cabia. Estava feliz com o resultado até então. E, como ultima amostra de que havia vindo em paz, a razão permitiu mais uma indagação. Por que sofre com aquilo que não lhe dá o que procura? Por que está assim se não há a troca necessária para esse tipo de relação ser 'de igual para igual'? Por que fica assim quando pensa que és um pneu reserva, e que o preso à roda está lá, escrito de forma clara que ele ali merece ficar?

Tudo é claro. Sabe do que precisa e quer isso. Sabe do que é capaz e o que deseja. A história da janela, sol batendo, maquina fotográfica e felicidade. Está feliz pela compreensão da causa e efeito que a razão trouxe. Existem coisas que não depende mais dele. O que resta é apenas esperar. O destino lhe mostrou o que deve esperar. Seu corpo está leve agora. Entende finalmente o que é auto-extima.

Ele entendeu quem ele é.

2 Comentários:

Lalá disse...

Estou sem palavras.
Sabe, é bem mais fácil fazermos as coisas e seguirmos os caminhos quando sabemos quem somos.Existe algo chamado coragem e ela só vem quando nos permitimos usa-la...
Vá em frente!Conquiste o Mundo!
Até onde os rins de opinião forte permitirem...!
Rs...
Abraço.

P.S: Quero ler mais textos seus!!! Há! Pronto, falei!

Dado disse...

Vlw Lais! Mesmo!
Esse foi de uma inspiração não igual! hahaha
Mas terão outros.
Obrigado pelas palavras.

Beijos

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